Cultura

Elas dominam a Odontologia (e o que mais quiserem)

No contexto das lutas femininas entre os séculos XIX e XX, criou-se o Dia Internacional da Mulher, datado em 8 de Março, evidenciando para todos a necessidade de melhores condições de vida e trabalho para as mulheres. Se naquela época era difícil aceitar a atuação delas em áreas como a Odontologia, atualmente o cenário está evoluindo positivamente.

De acordo com o Censo 2010, desenvolvido pelo IBGE, 69% dos profissionais que se formam são do sexo feminino. Contudo, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) constatou que a Odontologia já foi majoritariamente masculina, conforme números do ano passado. Entre os inscritos no CFO, predominam homens a partir dos 61 anos, mas de 60 para baixo dominam as mulheres, aumentando de 10 em 10 anos a proporção ativa delas no Conselho.

Indo mais além, o órgão também observou pelo balanço que entre os 484.450 inscritos no período analisado, sejam cirurgiões-dentistas, técnicos em prótese dentária (TPD) e em saúde bucal (TSB) e auxiliares em saúde bucal (ASB) e prótese dentária (APD), 337.336 (69,6%) são mulheres contra 147.114 (30,4%) de homens. Especificamente relacionado ao cargo de cirurgião-dentista (CD) elas são 181.301 (60,1%) de 301.532 profissionais, demarcando ainda mais seu espaço que igualmente é de seu direito.

Como percebemos, as mulheres são a maioria nesta área. No Brasil, a mudança iniciou na década de 80 dentro das instituições de ensino. Contudo, a grande virada aconteceu no período seguinte, quando elas chegaram em toda a categoria. Esse crescimento exponencial ilustra o avanço da presença feminina no mercado de trabalho como um todo.

De esposa para marido

Se no Brasil as primeiras dentistas vinham de famílias com pais e maridos cirurgiões-dentistas que as ensinavam o ofício, a profissional Lucy Beaman Hobbs, do Estados Unidos, depois de ser a primeira mulher a receber a graduação de cirurgiã-dentista, casou-se com James M. Taylor e o ensinou as práticas. Os dois trabalharam juntos até a morte de James, em 1886, quando Lucy passou também a defender os direitos de todas.

Dentista brasileira é a primeira do mundo a receber
o 1º lugar na Academia Européia de Odontologia Estética em 2004

A dentista Débora Ayala Walverde, formada pela Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), recebeu em 2004 o 1º lugar durante o IV Congresso da Academia Européia e Federação Internacional de Odontologia Estética realizado em Veneza, na Itália, pela sua pesquisa baseada em peeling gengival.

A técnica desevolvida por ela permite a remoção de manchas de melanina na gengiva, comuns em pessoas negras, japonesas e fumantes, através de pontos ultra-sônicos, cujo processo de cicatrização é mais rápido e não exige a aplicação de anestesia local. O procedimento diminui de forma substancial o sangramento e também o tempo de cirurgia, sem a necessidade de pós-operatório desconfortável ao paciente. Em uma única sessão, que varia de 5 a 10 minutos por dente, é possível eliminar até 100% as manchas.

O trabalho contou com a colaboração da dentista Cristiane Pace, também graduada pela Unicid, e é indolor devido ao fato do comprimento de onda da ressonância ser semelhante ao impulso neurológico da gengiva.

As conquistas de Débora e Cristiane e o legado de Lucy, deixa claro que as mulheres podem ser e estar onde quiserem!

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